domingo, 11 de novembro de 2012

QOMOLANGMA - POR ADEMIR PASCALE


Há anos o tormento assola os meus vastos e interrogativos pensamentos: procuro por Deus; uma palavra, um sinal... Tento encontrar explicações plausíveis para a minha existência. Li centenas de livros que vão de Dalai Lama a Charles Robert Darwin. Não encontrei consolo. Visitei a África, berço da humanidade. Percorri um dos extensos Caminhos de Santiago e escalei o ponto mais íngreme do monte Everest: nestas andanças, notei a delicadeza nas cores das flores mais exóticas do mundo, percebi a grandeza do intelecto nos olhos de um noturno Lêmure, assim como o poder e paciência nos vagarosos gestos de um  felino. Mas foi somente em minha última aventura, no alto do monte Everest, segundos antes de falecer de hipotermia subaguda, quando visualizei o sol deslizando entre as nuvens e ao meu redor a grandeza deste mundo pincelado em cores variadas, que Deus me revelou através do som dos ventos da cordilheira do Himalaia, que sempre tentou conversar comigo, desde o meu primeiro dia de vida...

*Em tibetano o monte Everest é chamado de Qomolangma (mãe do universo).

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