quinta-feira, 27 de outubro de 2011

DEUS EXISTE?

Ontem eu tive um dia estressante no trabalho; estava retornando cansado e desanimado para casa. Perco três horas por dia contando com ida e volta. Em São Paulo, nenhum microônibus respeita o limite máximo de passageiros, que é 44, sendo que um dia, no retorno para casa, contei até o número 75, depois parei. Não existe fiscalização, ou se existe não funciona. Os motoristas e cobradores acham que fazem um favor para nós "pagantes" e na maioria das vezes são grosseiros, entopem a lotação (nome certo) e sempre falam para os passageiros passarem a catraca, pois existe espaço de sobra no corredor, um espaço imaginário, pois o único espaço que sobra ali é o do motorista e cobrador que vão folgados durante toda a viagem, conversando sobre futebol, mulheres e problemas pessoais. Mas foi ontem que uma senhora despertou minha atenção: com muita dificuldade, ela tentava distribuir um panfleto, que ninguém aceitou, exceto esse que vos escreve. E com dificuldade para ler naquele recinto apertado, com uma mochila pesada cheia de livros, agradeci, dobrei o panfleto e guardei em meu bolso. A senhora ficou feliz, pois uma pessoa pegou o seu panfleto. Ela deu sinal e desceu da lotação com muita dificuldade, pois várias pessoas estavam paradas na frente da porta traseira. Hoje pela manhã resolvi ler o texto do panfleto, que era uma história de um autor desconhecido. Modifiquei algumas coisinhas no texto, mas aprendi uma coisa com ele, que devo continuar minha luta em busca dos meus objetivos.

Com um título que eu criei e algumas modificações no texto, eis a história:

BARBEIROS EXISTEM?

Um homem foi ao cabeleireiro para cortar o cabelo (óbvio). Para quebrar o gelo, ele começou a conversar com o profissional de cabelos oxigenados. Conversa vem, conversa vai, até que começaram a conversar sobre Deus... Ouve uma pequena discussão:
- Eu não acredito que Deus exista, como você fala - disse o barbeiro.
- Por que você diz isto? - perguntou o cliente.
- Bem, é muito simples: você só precisa sair na rua para ver que Deus não existe. Pô, se Deus realmente existisse, você acha que existiriam tantas pessoas doentes? Existiriam crianças abandonadas? Existiriam usuários de drogas? Se Deus existisse, não haveria sofrimento. Eu não consigo imaginar um Deus que permite todas essas coisas.
O cliente pensou por um momento, mas resolveu não prolongar a conversa. O barbeiro terminou o seu trabalho e o cliente saiu do estabelecimento. Neste momento ele viu um homem sentado na calçada com barba e cabelos longos e desgrenhados. Parecia que fazia um bom tempo que aquele homem não cortava os cabelos ou fazia a barba, além de estar completamente sujo. O cliente retornou ao cabeleireiro e disse ao barbeiro:
- Sabe de uma coisa? Barbeiros não existem.
- Oras, como não existem? - disse o barbeiro confuso. - Eu estou aqui na sua frente. Não sou um barbeiro?
- Não! - exclamou o cliente com um brilho diferente nos olhos. - Eles não existem, porque se existissem, não existiriam pessoas com barba e cabelos longos, sujos e desgrenhados como os daquele mendigo.
- Ah, mas barbeiros existem, o que acontece é que as pessoas não me procuram e isso é uma opção delas.
- Exatamente! - afirmou o cliente. - É justamente isso. Deus existe, o que acontece é que as pessoas não o procuram, pois é uma opção delas, e é por isso que há tanta dor e sofrimento no mundo.
Ademir Pascale - @ademirpascale

9 comentários:

  1. Isto é uma visão pessoal e não PROVA que Deus existe.

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  2. Já recebi esse mesmo panfletinho no ônibus também. Às vezes são os panfletinhos que nos motivam, acredite.

    Acredito em Deus e, apesar do que as outras pessoas comentaram acima, eu acho que Deus existe pra quem quer acreditar nele.

    Uma vez um professor meu na faculdade, ateu, nos disse que seu fiho pequeno virou pra ele e falou: "Pai, acho que vou começar a acreditar em Deus. Já olhou pro céu? Não seria muito solitário não haver ninguém lá nos olhando?".

    Meu professor disse que não deixou de ser ateu, mas a partir daquele dia ele teve a grande sacada sobre Deus. Que independente de existir ou não fora das pessoas, o conforto que a crença em sua existência nos traz, isso sim, é algo inegável. E que Deus é esse conforto, por que não?

    Desde esse dia eu comecei a me prender muito mais no meu conforto em acreditar em Deus do que em buscar provas de sua existência fora de mim. Porque embora ninguém prova que exista, também ninguém prova que não exista.

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  3. Que mensagem linda trouxe esse texto!
    Amei =D

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  4. Oi Ademir,
    A mensagem realmente é linda. E sabe a única coisa que acredito em matéria de religião, é em Deus, porque para mim Deus é muito mais que uma simples pessoa ou ser que todos buscam. Deus é a fé que temos num futuro melhor, a felicidade no rosto das pessoas, os sorrisos que vemos nas ruas, a bondade e o amor com o próximo. Até comento quando as pessoas me perguntam de que religião eu sou: - Eu sou católica não praticante, porque na verdade a minha religião não inventaram ainda. Seria aquela em que as pessoas se reuniam para apoiar as outras, onde a ajuda é porque você acha que deve ajudar aquela pessoa e não para arrecadar fundos para certas pessoas que as vezes, em vez de ajudar o próximo faz uma reforma na igreja, acho que não deveriam existir igrejas, e sim lugares ao ar livre onde todos se reunissem para falar sobre coisas boas e suas metas de vida, que distribuíssem felicidade e esperança as pessoas ao se redor.Por benção todos podemos dar se falado com o coração, afinal ainda hoje meus primos dizem aos meus tios: "- Benção Pai." e eles respodem: "-Deus te abençoe meu filho."

    Desculpe o desabafo, mas é assim que me sinto em relação a Deus.

    Gostei muito do post....beijokas elis
    http://amagiareal.blogspot.com/

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  5. A questão de acreditar em algo somente pelo fato de trazer algum conforto é sem dúvida bastante sedutor para muitos, porém para outros, como eu, a coerência é fundamental e existe como uma exigência independente de minha vontade, pois sendo eu um ser racional é natural que esta parcela de mim se manifeste, até mesmo quando vejo o mais fantasioso filme; e mesmo sabendo que tudo é mentira, o meu lado racional me cutuca, quando vejo uma cena que é extremamente absurda, como dizendo: “veja, isso é de mais para mim, já estão subestimando minha inteligência”, mesmo em uma obra de ficção; creio também que isso deve acontecer com a maioria, apenas possuem esse lado racional menos ativo. E o grande problema de se ser seduzido apenas por aquilo que nos traz conforto, é que em nome deste consolo, muitas vezes perdemos facilmente nosso senso crítico e tornamos presas fácil de embustes e enganações.

    O mesmo acontece com essas fórmulas simples de se lidar com a questão: Deus; pois a estória se baseia no seguinte raciocínio:

    Se há mal e sofrimento no mundo, não há Deus = se há pessoas cabeludas e barbudas, não há barbeiros; porém se é verdade que há pessoas cabeludas e barbudas no mundo, então, por comparação, a primeira afirmação, sobre Deus, está errada também, logo, existe, sim, Deus.

    É obvio que sua simplicidade é logo de cara um grande atrativo, e que também seduz por sua forma poética, mas o problema é que esta simplicidade não trata a questão como deve ser tratada, pois todos irão concordar comigo que existe infinita diferenças entre um barbeiro e Deus; que também há uma enorme diferença em como chegamos à ideia de Deus e de um barbeiro: a ideia de Deus (ser infinito, infinitamente bondoso, todo-poderoso, infinitamente sábio, etc.) alcançamos por meio de uma religião (entre milhares de religiões, com deuses de todos os tipos) enquanto a ideia de barbeiro chegamos à ela por meio da experiência direta; o barbeiro, é um ser finito, enquanto Deus é um ser infinito, e etc. Portanto, A ESTÓRIA É FALHA E ENGANOSA, já que a base dela é comparar, equiparar, o barbeiro a Deus, afirmando que o mesmo efeito possui causas similares, levando-nos a entendermos, sem dúvida de modo intencional, que o que cabe a um cabe a outro, mas vimos que há infinitas diferenças entre um e outro, o que é permitido a um não é a outro; ademais, sendo o barbeiro finito e simples e conhecendo sua existência diretamente, torna-se muito mais provável a existência de um barbeiro do que de um Deus com toda sua complexidade. Além disso, a estória depende de Deus ser de fato bom, o que deveria ser demonstrado antes.

    PARA SABER MAIS, ACESSE: cerebrau.com.br: UM SITE DE FILOSOFIA E LITERATURA UNDERGROUND.

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  6. "Deus e o Barbeiro": uma estória enganosa

    A estória acima se baseia no seguinte raciocínio:

    A afirmação (1): “Se há mal e sofrimento no mundo, não há Deus” é comparada a afirmação (2):“ se há pessoas cabeludas e barbudas, não há barbeiros”; porém se é verdade que há pessoas cabeludas e barbudas no mundo, e há barbeiros, então, por comparação, a primeira afirmação, sobre Deus, está errada também, já que assim como a existência de pessoas cabeludas e barbudas não implica na não-existência de barbeiros, a existência do mal e do sofrimento no mundo não implica também na não-existência de Deus, logo, por comparação, existe, sim, Deus.

    É obvio que sua simplicidade é logo de cara um grande atrativo, e que também seduz por sua forma poética, mas o problema é que esta simplicidade não trata a questão como deve ser tratada, pois as afirmações (1) e (2) não são de modo algum semelhantes, EXIGÊNCIA IMPRESCINDÍVEL para que a estória tenha coerência, pois todos irão concordar comigo que existe infinita diferenças entre um barbeiro e Deus; que também há uma enorme diferença em como chegamos à ideia de Deus e de um barbeiro: a ideia de Deus (ser infinito, infinitamente bondoso, todo-poderoso, infinitamente sábio, etc.) alcançamos por meio de uma religião (entre milhares de religiões, com deuses de todos os tipos) enquanto a simples ideia de barbeiro chegamos à ela por meio da experiência direta; o barbeiro, é um ser finito, enquanto Deus é um ser infinito, e etc. Além disso, podemos conceber, sem nenhum problema, pessoas que queiram usar cabelos e barbas longas, mas não podemos conceber que o mundo possa escolher ser ou não criado por um Deus. Portanto, A ESTÓRIA É FALHA E ENGANOSA, já que a base dela é comparar, equiparar, o barbeiro a Deus, afirmando que o mesmo efeito possui causas similares, levando-nos a entendermos, sem dúvida de modo intencional, que o que cabe a um cabe a outro: se o barbeiro existe independente de haver ou não pessoas barbudas e cabeludas, então Deus também existe independente de haver ou não o mal e o sofrimento no mundo; mas vimos que há infinitas diferenças entre um e outro, o que é permitido a um não é a outro; ademais, sendo o barbeiro finito e simples e conhecendo sua existência diretamente, torna-se muito mais provável a existência de um barbeiro do que de um Deus com toda sua complexidade. Além disso, a estória depende de Deus ser de fato bom, o que deveria ser demonstrado antes.

    MORAL DA ESTÓRIA: no fundo a comparação entre Deus e o barbeiro, além de ser erronia, é ofensiva a Deus, já que não apenas iguala Deus ao barbeiro, como aqueles que vão até ao barbeiro para terem os cabelos e as barbas cortadas vão somente mediante pagamento (por isso que existe mendigos barbudos e cabeludos); o que contradiz com a ideia de um Deus bonzinho.

    FONTE: CEREBRAU.COM.BR: UM SITE DE FILOSOFIA E LITERATURA DE TERROR.

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  7. Senhor Bosco:
    1º Este blog é meu e eu escrevo o que desejo nele, ok?
    2º Aqui não é lugar para propaganda de terceiros. Sim, porque acho que você quer fazer propaganda do seu site, ou blog, sei lá.
    3º A interpretação que você fez do texto é completamente diferente do que ele realmente passa.
    4º Não se usa mais a palavra "estória" e sim "História".
    5º Deus é o barbeiro, o mendigo, a mulher na esquina, eu, a pedra na rua, o cachorro, o poste, a formiga, o carro e qualquer outra coisa inanimada ou não. Isso não está na história com "H" acima, ok? EU PENSO ASSIM. E se você pensa diferente, o problema não é meu.
    6º Hoje estou bem tranquilo e estou sendo bem educado, pois amanhã é feriado...(rs)

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  8. A intenção não foi de usar seu blog como simples propaganda (sendo eu um leitor dele), o que aconteceu foi que eu ao comentar em um outro blog acabei mandando novamente para o seu (peço desculpas, não foi minha intenção aborrecê-lo). E quanto a questão: "A interpretação que você fez do texto é completamente diferente do que ele realmente passa". Deve-se ao meu intuito de analisar o texto não de um modo religioso, pois creio que questões religiosas possuem origens diferentes de raciocínios; mas o problema é que o texto tem função explicativa e que se baseia em um raciocínio cheio de lacunas, e que a aparente e sedutora simplicidade dele esconde consequências contraditórias inconvenientes que a muitos podem passar despercebido. Por isso, peço novamente mil desculpas pela minha análise da "estória", isso mesmo com "E" no sentido antigo de história fictícia.OBRIGADO.

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