sexta-feira, 15 de julho de 2011

ROCK E IDEIAS NUMA MADRUGADA DE SÁBADO



Rock: desde antes aprender a falar eu já curtia. Meu irmão mais velho era fã do Queen, Kiss e Black Sabbath. Lembro quando ele quase furava o disco na vitrola enquanto fazia campeonatos de ping-pong na garagem. Minha mãe ficava doida com a bagunça e um dia até chegou a quebrar um dos seus discos preferidos do Queen, "The Game", do ano de 1980. Aliás, ela sabia exatamente o nosso ponto fraco. Eu, além do rock, era as HQs. Quando criança eu era um dos garotos mais traquinas da rua. Lembro que um dia cheguei a mastigar caco de vidro só para saber como era. Não preciso nem dizer que passei o dia no hospital com uma enfermeira tentando retirar os cacos da minha boca com uma pinça. E com sete anos fumei um cigarro, também para ver como era: uma besteira sem gosto algum. Minha mãe me pegou fumando na cozinha. Minha desculpa era que eu estava fazendo experiência com a fumaça do cigarro. Imagina uma italiana nervosa e com a mão pesada. Nem preciso dizer que não colou e levei uma tremenda surra. Esta era a minha mãe. E voltando na HQ, o meu ponto fraco, depois das traquinagens às vezes eu nem apanhava, bastava escondê-las por dois ou três dias, isso já bastava para o meu terrível castigo. Mas não posso esquecer que foi também a minha mãe que me ensinou a desenhar desenhos legíveis com apenas dois anos de idade. E além das deliciosas macarronadas al dente, ela que apresentou-me ao mundo dos quadrinhos com as antigas HQs do Pato Donald que eram do meu avô. Sim, meu avô, Andrea Pascale (Andrea é nome masculino na Itália) colecionava HQs da Disney, além de moedas antigas e outras coisas colecionáveis. E tenho até hoje um livro ilustrado do Pinocchio, do ano de 1928, que ele trouxe da Itália, do qual veio lendo numa longa viagem num navio até o Brasil. Já o meu pai, diferente de outros que contavam historias para os seus filhos dormirem, contava causos com lobisomens, bruxas, fantasmas e caboclos d'água. Meus avós, pais e irmãos influenciaram, sim, minha carreira para o mundo literário e espero ajudar o meu filho para que siga um caminho semelhante ao meu, mas que seja menos traquinas do que fui quando criança :) Agora espero dedicar-me mais à literatura, produzir mais textos e livros e encontrar um emprego digno que valorize minha pessoa e produção. Pois onde estou atualmente, para eles, tanto faz se eu já organizei quase dez antologias, que fui coautor em vários livros, que estou com o meu segundo romance no prelo e que já beneficiei quase 6 mil pessoas num projeto criado por mim de inclusão social. Para eles, a única importância é que eu cumpra o horário de 44 horas semanais de segunda a sábado, mas como pessoa, tanto faz o que faço ou deixo de fazer no mundo literário. Sou um cara criativo e tenho ideias até dormindo. Criei o título "Draculea", minha primeira e mais conhecida coletânea, em apenas alguns minutos num final de tarde de domingo. Criei o projeto "Vá ao Cinema", que beneficiou milhares de pessoas com o acesso gratuito às salas de exibições e que foi apoiado pela FOX Film, Disney Pictures, Playarte, Columbia Pictures, Imovison, Art Films e outras distribuidoras de filmes, depois de assistir um filme no cinema. E o projeto "No dia 20/07 dê um livro nacional de presente", depois de um estalo simplesmente ao olhar o calendário. Quero produzir mais. Quero ter mais ideias. Mas ser cobrado por chegar atrasado dois míseros minutos. Sofrer pressão no trabalho, faz com que eu diminua quase 70% de minhas criações e ideias. Então se alguém souber de algo que possa me ajudar neste meio literário (um novo emprego, please) e para que eu continue nesta jornada de ideias que beneficiam o próximo, agradeceria imensamente (sim, não sou boy, pago aluguel e sou assalariado).

Por que coloquei este vídeo acima? Porque foi ele que inspirou-me a escrever este texto nesta madrugada de sábado ;)

@ademirpascale

Um comentário:

  1. Lembro muito de sua infância...Afinal, estive presente nela. Isso é motivo de grande orgulho.

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