quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A MULHER DE BRANCO - POR ADEMIR PASCALE

Em seu primeiro dia de vida fora abandonada na porta de um casebre pela mãe solteira. Maltratada pelos pais adotivos durante dezesseis anos, decidiu fugir com um homem mais velho que lhe traiu na primeira oportunidade com sua melhor amiga.
Desabrigada, desiludida, faminta e com apenas alguns trapos do que sobrou do seu vestido de noiva, passou a vender o próprio corpo em troca de esmola.
Mas não estava feliz com o pouco que ganhava.
E além do corpo passou a vender drogas.
Mas num surto de fúria, tristeza e loucura, com uma faca cortou os pulsos.
E até hoje, quarenta anos depois do suicídio, alguns caminhoneiros contam esta história nos bares de beira de estrada e juram que a mulher ainda caminha nas rodovias; com seu vestido de noiva, com os cabelos desgrenhados, uma faca ensanguentada na mão e o semblante luminoso pelas lágrimas que nunca cessam.

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